
Entrevista realizada pelo botonista Breno Borba Marques da Associação São Lourenço de Futebol de Mesa – ASLFM (patrocinada pela empresa DeBiasi Distribuidora de Gás e Água), com o Criador do Futebol de Mesa de Minas Gerais da Modalidade 12 Toques em 1995, Lúcio Flávio de Brito, em Carmo de Minas, Minas Gerais no Domingo, dia 14 de Outubro de 2012. (Carmo de Minas/MG: http://carmodeminas.mg.gov.br)
BBM: Faça uma breve apresentação a seu respeito. Onde e quando nasceu? Onde e quando iniciou no Futebol de Mesa? Como aconteceu seu início na Modalidade 12 Toques? Quais os tipos de regra que você já praticou? Qual a maior satisfação que o Futebol de Mesa lhe proporcionou?
LFB: Nasci na cidade de Carmo de Minas, em 02 de junho de 1946. Ainda pequeno, comecei a prática do Futebol de Mesa. Preparava os botões, as traves e as bolas. Os campeonatos que realizávamos eram bem curtos e o regulamento era feito por nós mesmos. Em 01 de setembro de 1975 fui para São Paulo, e foi lá que iniciei na Modalidade 12 Toques. Em 1995 comentei com os amigos sobre o Futebol de Mesa e o interesse deles foi tão grande que resolvemos realizar um campeonato. Procurei a Federação Paulista de Futebol de Mesa e descobri que o Presidente da Federação era um amigo meu (Élcio Vicente Buratini), e que ele mesmo confeccionava o material (bolas, mesas, bolas e etc). Trouxe os times para Carmo de Minas e incentivei os amigos para montarmos um campeonato, o que aconteceu em 1995 e o Campeão foi o São Paulo de Pedro Henrique Junqueira. Em seqüência, o Cruzeiro se tornou Bi-Campeão e eu Lúcio Flávio de Brito me tornei o primeiro colocado do Ranking.
BBM: O que o levou a optar pelo Futebol de Mesa como Modalidade Esportiva, em detrimento de outro Esporte?
LFB: Escolhemos o Futebol de Mesa como Modalidade Esportiva devido a sua total familiaridade com o Futebol de Campo. Dependendo de como o adversário jogava, nossa táctica modificava. E também por ser um esporte que requer pouco preparo físico. Um menino joga com um adulto com plena igualdade.
BBM: O que representa o Futebol de Mesa para você? Quanto tempo de sua semana você dedica a prática do Futebol de Mesa? Sua família apóia você?
LFB: Representa uma modalidade de entretenimento e uma grande arma para os relacionamentos sociais.
BBM: Qual o nome de seu time e o que o levou a esta escolha?
LFB: Escolhi o Cruzeiro como meu time por ser torcedor e pelas cores: Azul e Branco. Os botões nas cores Azul e Branco ficam muito bonitos. Fiz a seleção de todos os tempos do Cruzeiro.
BBM: Quais os botonistas que, ao longo de sua carreira, mais o incentivaram?
LFB: Os botonistas que disputaram os campeonatos em Carmo de Minas.
BBM: Quais mais o influenciaram e impressionaram?
LBF: Todos os que disputaram os campeonatos em Carmo de Minas foram importantes.
BBM: Quais mais o decepcionaram?
LFB: Aqueles que em um certo momento nos abandonaram.
BBM: Em sua opinião, qual o tipo de time ideal, bainha, altura, diâmetro etc?
LFB: Não tenho dúvida. Para mim o ideal é o padrão da Federação Paulista de Futebol de Mesa.
BBM: O Futebol de Mesa não se resume apenas aos títulos e troféus conquistados. Quais foram as suas maiores alegrias na carreira? E as maiores tristezas ou decepções?
LFB: É verdade. Nossas reuniões eram muito alegres e todos saiam muito satisfeitos depois dos jogos. A tristeza é que pequenos problemas atrapalharam muito.
BBM: Qual a sua partida que você chamaria de inesquecível?
LFB: O Cruzeiro havia perdido de 4x1 para o Flamengo no primeiro turno, mas no segundo turno veio a vingança e venci por 6x0. Esta foi uma partida inesquecível.
BBM: Qual a sua pior partida, aquela que você não gostaria de lembrar?
LFB: O Palmeiras era uma das equipes mais fracas do campeonato. Entrei totalmente confiante que seria muito fácil, mas logo no início sofri um gol e não consegui de forma alguma alcançar o empate. Foram diversas bolas na trave, mas terminei perdendo por 1x0.
BBM: Descreva um fato pitoresco acontecido no Futebol de Mesa, dentro ou fora da mesa.
LFB: O Algeninho representava o Fluminense e em uma partida muito disputada ele errou um gol feito, não deu outra, ficou muito irritado e quebrou todos os botões.
BBM: Existe uma conscientização generalizada em favor do “fair-play” nas competições esportivas. Apesar dos “quilômetros rodados”, o que tira você do sério numa competição de Futebol de Mesa?
LFB: Em qualquer jogo o juiz tem que ser respeitado. Botonista algum pode reclamar excessivamente do juiz. Quando isto acontece, o ambiente fica horrível, tirando totalmente a concentração dos jogadores.
BBM: Qual o Clube de Futebol de Mesa mais organizado em que você já jogou?
LFB: Nosso comportamento foi muito bem organizado e eu representei o Cruzeiro.
BBM: Qual competição mais organizada de que você tomou parte?
LFB: Foi o campeonato de 1997 em Carmo de Minas, quando o Cruzeiro se sagrou campeão.
BBM: Quais são as maiores qualidades e os defeitos da regra 12 Toques?
LFB: Uma das maiores qualidades da regra 12 Toques é o fato dos três toques com cada jogador, finalizando no 12º toque. Isto permite uma vantagem ao botonista que apresenta um bom toque de bola, evidenciando a beleza do jogo. Acho que alguns defeitos já foram corrigidos.
BBM: Que sugestões você daria para a nossa regra ficar ainda melhor?
LFB: Em que se diz respeito a arbitragem, acho que para ser Juiz de Futebol de Mesa a pessoa tem que ter total conhecimento das regras e o mais importante, ter atenção total na partida, não se distrair nunca.
BBM: Em sua opinião, qual o maior problema enfrentado pela Confederação Brasileira de Futebol de Mesa (CBFM) Toques no momento?
LFB: Acredito que um maior incentivo, no tocante a atrair novos participantes e mostrar, mais ainda, o Futebol de Mesa.
BBM: Que sugestões você daria para que o movimento da 12 Toques possa crescer?
LFB: Exatamente aquilo que respondi na pergunta acima: incentivar e mostrar mais o que é a Modalidade 12 Toques.
BBM: Como você vê o atual momento do Futebol de Mesa carioca, mineiro, paulista e nacional? Quais suas sugestões e expectativas em relação ao movimento no seu Estado?
LFB: O Futebol de Mesa Carioca e o Paulista (principalmente) me agradam muito. Nós Mineiro estamos correndo atrás, mas a passos largos, logo estaremos de igual para igual.
BBM: Atualmente você ocupa cargo de Direção em algum Clube, Associação, Federação ou Confederação? Se sim, quais os seus grandes desafios?
LFB: No momento não faço de parte de Clube algum.
BBM: Quais são seus projetos para o futuro no movimento esportivo?
LFB: No momento não tenho nenhum projeto, mas continuo torcendo muito para que a iniciativa de Breno Marques junto a ASLFM continue crescendo ainda mais.
BBM: Fale-nos um pouco do seu clube atual ou ex-clubes, como o Futebol de Mesa de Carmo de Minas – FUMECAM. Quais os problemas que ele precisa superar ou já superou? Quais os projetos para ele?
LFB: No momento só posso lembrar das alegrias que o Campeonato de Futebol de Mesa de Carmo de Minas (FUMECAM) nos proporcionou. Campeonatos muito equilibrados, vários participantes. Espero que consigamos incentivar novamente o pessoal e assim realizarmos campeonatos ainda mais organizados, em função das experiências já adquiridas.
BBM: É comum em nossas conversas surgirem listas dos cinco mais, o “TOP FIVE”. Em sua opinião, quais os cinco melhores técnicos da nossa regra?
LFB: Esta é uma pergunta que vou devendo, mas acredito que como o Futebol de Mesa e o Futebol de Campo são da mesma linhagem, os técnicos são bem importantes.
BBM: É comum em nossas conversas surgirem listas dos cinco mais, o “TOP FIVE”. Em sua opinião, quais os cinco melhores Dirigentes do Futebol de Mesa com quem você já trabalhou?
LFB: Nunca chequei a participar do Futebol de Mesa com Dirigentes.
BBM: É comum em nossas conversas surgirem listas dos cinco mais, o “TOP FIVE”. Em sua opinião, quais os cinco melhores botonistas com quem já teve oportunidade de atuar em equipe ou individual?
LFB: Já me confrontei com excelentes botonistas, mas me reservo o direito de selecionar aqueles que considero os melhores: Algeninho, Paulinho, Abude, José Valter e Zezinho (pela dedicação).
BBM: É comum em nossas conversas surgirem listas dos cinco mais, o “TOP FIVE”. Em sua opinião, quais os cinco melhores árbitros (ou instrutores) do futebol de mesa?
LFB: Os árbitros são os mais importantes e os mais difíceis de serem escolhidos. Pouquíssimos conhecem bem as regras e conseguem ter a atenção necessária para apitar uma partida de Futebol de Mesa. Para ser justo só consigo lembrar de 2: Abude e Paulinho.
BBM: Um sonho que você ainda não realizou no Futebol de Mesa?
LFB: Assistir uma exibição dos botonistas da Federação Paulista de Futebol de Mesa da cidade de São Lourenço.
BBM: Qual a sua avaliação sobre os torneios que eram realizados na cidade de Carmo de Minas bem como amistosos e outras competições? Pontos Positivos e Negativos. Comente.
LFB: Os campeonatos e os torneios realizados na cidade de Carmo de Minas eram organizados e bastante competitivos. Os torcedores vibravam com os botonistas. As dependências onde os jogos eram realizados é que ficaram a desejar.
BBM: Finalizando, deixe o seu recado ou impressões sobre o tema que preferir.
LFB: No ano de 1995, quando trouxe os primeiros times para Carmo de Minas, jamais imaginei o alcance que teria. Graças ao Dinamismo e Competência de BRENO BORBA MARQUES o Futebol de Mesa de São Lourenço (ASLFM) e porque não dizer o Futebol de Mesa de MINAS GERAIS está hoje se equiparando ao Futebol de Mesa de SÃO PAULO e RIO DE JANEIRO. PARABÉNS BRENO!
Relação de Ex-Botonistas do Futebol de Mesa Modalidade 12 Toques com seus respectivos Times do Futebol de Mesa de Carmo de Minas (FUMECAM): Algeninho (Fluminense), José Válter (Flamengo), Paulo Brito (Atlético Mineiro). Pedro Henrique (São Paulo), Waltinho (Santos), Catirica (Corintians), Nengo (América Mineiro), Hebert (Atlético Paranaense), José Chaib (Guarani), Abude (Paraná), Clóvisson (Internacional), Ricary (Grêmio), Kléber (Sport), Kléber Chaib (América Rio), Lúcio Brito (Cruzeiro), Domingos Brito (Palmeiras), Roquinho (Corinthians), Luiz Ferreira (Botafogo), João (Bahia), Claudinho (Vasco).
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