sexta-feira, 12 de abril de 2013

Maria Zélia “salva” o Paulistão 2013 de Futmesa



Bastaram apenas três rodadas, para que muita coisa tivesse sido, senão definida, muito bem encaminhada no Campeonato Paulista de Futebol de Mesa 2013. A competição, que ainda irá se estender até o mês de setembro em sua primeira fase, tem apenas uma “dúvida”: o Maria Zélia será capaz de fazer frente a Corinthians e Palmeiras?

Com os resultados do último final de semana e restando apenas mais uma rodada para se fechar o turno, Palmeiras (no Grupo A) e Meninos (no Grupo B) estão praticamente com a vaga assegurada na fase semifinal. O Palmeiras só não se classifica se perder para o Fundação, que ainda não venceu no torneio. Já o Meninos precisa de uma vitória simples, em casa, contra o Maria Zélia. E o intruso nessa história pode ser exatamente o time do Belenzinho. Desacreditado no início do Paulistão, a equipe do Maria Zélia vai mostrando, rodada a rodada, que há vida sem o craque Jefferson. E aí está a única graça do campeonato. Se acaso vencer o Meninos na próxima rodada e o Palmeiras tropeçar contra o Fundação, o time do Belenzinho estará, no mínimo, na semifinal. Além de se classificar, o Maria Zélia ainda abriria outra possibilidade, que seria a chance do Círculo Militar derrotar o Corinthians e ficar com a primeira colocação do Grupo B.

Por outro lado, não podemos esquecer que o regulamento do atual campeonato permite acontecer um dos maiores absurdos da história do Futebol de Mesa. Se o Maria Zélia vencer seu jogo diante do Meninos e o Palmeiras também vencer seu compromisso contra o Fundação, o Maria Zélia estaria eliminado com, pasmem, 100% de aproveitamento e, no mínimo, o dobro de pontos do primeiro colocado do outro grupo. Um verdadeiro absurdo!!!

No segundo turno, os pontos serão zerados e as equipes se enfrentarão, em turno único, dentro de seus respectivos grupos. O vencedor de cada grupo também garante vaga nas semifinais. Porém, se o mesmo time vencer os dois turnos, vai direto para a grande decisão.

Posto tudo isso a limpo, mais uma vez vemos os cinco tradicionais e mais estruturados times da Capital brigando pelo título. Até aí, tudo bem, afinal, há décadas, no futebol espanhol acompanhamos Barcelona e Real Madrid dividindo as conquistas (se bem que de tempos em tempos um Valencia, Deportivo belisca um caneco). O que me chama a atenção é o restante dos times. Pois com a vitória em São Caetano, arrisco dizer que o Clube do Botão não só garantiu sua permanência na primeira divisão, como rebaixou o Fundação; além do Cisplatina, que por mais empenho dos seus botonistas, vem sendo o saco de pancada de campeonato.

E aí caro leitor/botonista é que fica a grande indignação desse blogueiro. Por que divisões no Futmesa Paulista? Um estado que tem hoje 16 equipes e conta com um campeonato tão sem graça e previsível!

Não seria mais interessante, e competitivo, esses 16 clubes divididos em dois grupos de oito, com as equipes, na primeira fase, disputando em turno único dentro de seus grupos quatro vagas para a próxima fase. E a partir das quartas de final, jogos eliminatórios. Por mais que os favoritos sejam sempre os mesmos, teríamos mais disputas, afinal se temos cinco clubes de ponta e oito vagas abertas, pelo menos três clubes “intrusos” poderiam ser premiados com uma inédita classificação (penso eu que isso é muito mais agradável do que uma briga contra o rebaixamento). Mais que isso, haveria disputa até, pelo menos, a penúltima rodada.

Mas aí, alguém pode contestar: Os cinco “grandes” vão ganhar jogos fáceis e não terão motivação alguma na primeira fase. Bem, para isso cabe o seguinte pensamento. No Campeonato Paulista de futebol, Corinthians, Palmeiras, Santos e São Paulo não jogam 19 rodadas para ficar entre os oito? E vou mais longe, um deslize de um grande, pode colocar dois favoritos se enfrentando já no primeiro mata-mata, o que levaria um “pequeno” para as semifinais.

Outro ponto relevante, a meu ver, é que a partir do mata-mata, em jogo único, o mandante teria a vantagem do empate, além de poder mandar o jogo em seus domínios. Justifico essa tese: O principal campeonato de clubes do Mundo (Champions League ou Mundial da FIFA) é decidido em uma única partida. O mesmo ocorre com as seleções (Copa do Mundo). Oras, o que impede o Futebol de Mesa seguir esse exemplo? E vou mais longe, no início da temporada defidir o local da final. Já pensaram um Ginásio do Ibirapuera recebendo uma final de Campeonato Paulista de Futebol de Mesa num domingo pela manhã???

Aliás, no modelo atual do Paulistão de Futmsa, o campeão deve fazer nove jogos. Na fórmula sugerida por esse blogueiro, o campeão faria 10, ou seja, um jogo a mais.

Outro ponto a ser discutido, em minha opinião, é a possibilidade de que num confronto direto, em jogo único, podemos ter um time de menor expressão, em um dia inspirado, contra um “grande”, jogando mal, e o improvável acontecendo. Nunca devemos nos esquecer que o pequeno só irá se fortalecer, na medida em que se confrontar com os mais fortes e ir se acostumando com isso. E quanto a Copa Estado, por que não ser disputada pelos clubes que forem eliminados nas quartas de final? Da mesma forma como hoje, no futebol paulista, acontece a disputa do Torneio do Interior.
Enfim, o que me motiva escrever isso é a necessidade de uma reformulação do esporte. O Futebol de Mesa precisa se profissionalizar. Crescemos demais nos últimos anos e não podemos continuar agindo como se fosse apenas uma diversão amadora de final de semana. Não sou o senhor da verdade, nem dono da razão, mas penso que quanto mais times, mais chances, melhor. Gostaria que não apenas a Federação Paulista pensasse nisso, mas também os clubes, principalmente os “tops” Corinthians, Palmeiras, Maria Zélia, Círculo Militar e Meninos, pois sabemos que todo ano, a fórmula de disputa gira em torno do que essas equipes querem.

Valini – filiado à Federação Paulista de Futebol de Mesa desde 1991 – Número 863.